Eu estava ouvindo o podcast do Chico Felitti e da Beatriz Trevisan sobre a Jout Jout, e isso me fez refletir sobre como, hoje em dia, tudo parece estar hiperconectado. Parece que as coisas ficaram mais fáceis e rápidas, mas, ao mesmo tempo, surge a necessidade constante de estarmos presentes na internet, independentemente da nossa profissão — seja um professor universitário ou o padeiro da esquina.
Essa imposição de estar presente no mundo virtual me causou um certo calafrio. Fico pensando no que nos espera no futuro, não apenas para nós, que já estamos vivendo isso, mas também para as próximas gerações, incluindo meus futuros filhos. Sou da geração Z, nascida entre 1995 e 2010, e, apesar de ainda ser jovem, observo como nossa geração já enfrenta altos índices de ansiedade e depressão, muito relacionados ao excesso de informação.
Somos bombardeados constantemente por atualizações e por conteúdos de pessoas que, muitas vezes, nem conhecemos. Além do feed, ainda temos os stories, que nos mostram tudo: desde o que um amigo está fazendo até para onde o chefe foi viajar. É como se todos — de grupos completamente diferentes — estivessem o tempo todo se vigiando e sendo vigiados. Isso cria uma rede de exposição que, para mim, não faz muito sentido. Acho que redes sociais deveriam ser um espaço mais íntimo, para compartilhar com um grupo pequeno de pessoas próximas.
No entanto, o que vejo hoje é algo muito artificial. Por exemplo, muitos posts e stories que parecem espontâneos são, na verdade, superproduzidos. A pessoa monta a câmera, escolhe o ângulo perfeito e cria uma cena, como se estivesse vivendo aquele momento naturalmente. Isso me cansa, porque não é autêntico. Antigamente, via as redes sociais como um espaço para registrar memórias, quase como um álbum de fotos dos anos 90. Mas, hoje, tudo parece girar em torno de estética, engajamento e a busca por validação.
Por isso, decidi desativar o Instagram recentemente. Não excluí minha conta, mas dei uma pausa, porque percebi que ele estava consumindo muito do meu tempo, algo que considero precioso. Estou num momento de replanejar minha vida, pensando em casamento, filhos e no futuro. Quero que meus filhos cresçam longe do excesso de tecnologia. Acho que redes sociais só deveriam ser acessadas após os 17 anos, e ainda assim, com muita cautela.
Lembro que criei meu Instagram em 2016, com 16 anos, por pressão de amigos. Naquela época, o Instagram tinha um propósito mais simples: postar fotos e se divertir. Minha biografia era algo despretensioso como “Amo Nesfit e meus cachorros”, e minhas postagens eram de paisagens, amigos ou momentos do dia a dia, tiradas com uma câmera Nikon rosa, simples. Eu não me preocupava com edição ou estética.
Hoje, tudo mudou. A pressão para postar fotos perfeitas, com edições e filtros profissionais, é imensa. Parece que todos precisam ser fotógrafos ou influenciadores. Isso é exaustivo e afasta o propósito original das redes sociais.
Depois de desativar o Instagram, passei a usar meu tempo de forma mais produtiva. Tenho feito tricô, escrito no meu caderno, planejado o Natal, lido mais livros e revisitado séries antigas, como Gilmore Girls. Percebo que reduzir o tempo de tela tem me permitido refletir mais sobre a vida, o que considero essencial. É como se toda a poeira que joguei para debaixo do tapete estivesse sendo finalmente limpa.
Esse é um relato pessoal de como tenho encarado essa pausa das redes sociais e os benefícios que isso trouxe para minha vida. Espero que inspire outras pessoas a refletirem também.
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Ouçam o podcast para mais reflexões
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Abraços ✨
15.06.2011 - "Cada agricultor respira o ar do campo que ele mesmo escolheu / Ĉiu terkulturisto spiras aeron de la kampo, kiun li mem elektis"
Jundiapeba - São Paulo - Brasil 🇧🇷
26.04.2025 - "A bom entendedor meia palavra basta // Saĝa kapo duonvorton komprenas"
Santos - São Paulo - Brasil 🇧🇷
16.06.2011 - "Nada mais poderoso do que uma idéia que chegou no tempo certo / Nenio estas pli pova ol ideo, kiu alvenis en la ekzakta tempo"
Jundiapeba - São Paulo - Brasil 🇧🇷
21. Queda
Minha mente e alma são livro aberto, Pai!
Amor exsuda em ações, talvez não tão visíveis,
mas sempre tangíveis no espaço-tempo.
Mas, e os erros? Há amor alí?
Certamente que não, são mazelas
de mentes falíveis como a minha.
O Tempo é amigo ou inimigo?
Não sei, mas o vejo se alongando,
se distorcendo, ruindo sobre si mesmo
de forma que não posso conceber:
noite quase eterna; dia infinito por um triz.
As quedas são quase inevitáveis,
mas há de se levantar e cuidar das feridas,
continuar a caminhada rumo ao Mundo Maior;
enfim, não desistir e não se deter,
avançando na direção da Centelha Divina,
a única capaz de nos julgar com
imparcialidade;
os verbos principais agora são:
levantar, caminhar, amar...
Cláudio (junho de 2019)
💔
01.12.2019 - "Se você for paciente em um momento de raiva, você vai escapar de cem dias de tristeza (provérbio chinês) / Se vi estos pacema en kolera situacio, vi eskapos el la cent tagoj da malĝojo (ĉina proverbo)"
Jundiapeba - São Paulo - Brasil 🇧🇷
22.09.2023 - "Amiko fidela estas trezoro plej bela // Amigo fiel é o maior tesouro" 🍀
Mogi das Cruzes - São Paulo - Brasil 🇧🇷
15.08.2021 - "Se Dio ne faris la mondon, oni bezonas urĝe serĉi la aŭtoron de tia saĝa kaj logika okazaĵo // Se Deus não fez o mundo, é urgente buscar o autor de um evento tão sábio e lógico"
L'infero estas malplena, ĉiuj demonoj estas tie ĉi // O inferno está vazio, todos demônios estão aqui (Shakespeare)
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