fidelidadeaalmaeosegredo - Preserve a Alma
Preserve a Alma

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Só se for a dois

Hoje só vou se for a dois,

Só fico se for a dois,

Só vivo se for a dois,

Só amo se for a dois.

Chega de ser só, de ser um.

Hoje quero abraçar-te por trás, 

sentir meu rosto sobre suas costas quente

e dizer que te desejo para o resto da minha vida.

 Quero servir-te almoço, sentar no seu colo,

 beijar-te a boca e sentir suas mãos apertando minha cintura.

À tarde passear no parque, 

sentar na grama e me recostar nos seus braços.

 Quero compartilhar meu sono contigo e acordar tranquila.

 Dizer baixinho que te amo e gozar na nossa intimidade uníssona.

Aline Rafaela

(Escrito em 2014)

Não que eu não quisesse tê-lo por perto.

Não era esta a questão.

A questão era eu.

Sempre transbordando, 

Sempre à flor da pele.

Sempre na contramão.

Não,  tê-lo por perto tornava tudo muito mais fácil.

Eu preferi colocar à prova minha sanidade,

E caminhar sozinha.

Aline Rafaela

(Escrito em 2014)

Ei, venha me contar qual “A novidade” você esconde por detrás dos seus olhos, dos pensamentos que por pouco não escaparam à sua boca. O que havia eles para dizer? Entre nós não há entendimento, não me sinto envolvida por mais nada em você, a não ser pelo apego ao passado.

Não faz muito tempo, pensava que não poderia viver sem o seu amor, chorava desesperada no seu colo dizendo “Tenho sede”. E, minha sede era de amor.  Não sei o que pode ter me ocorrido, mas minha sede neste momento é de mar. Tenho sede de navegar. Por isso é que estou refazendo tudo, “Refazenda” toda minha vida, realçando os detalhes antes omissos. Não sou mulher de se apegar fácil e morrer de amor. Quando a vida fere, nenhum mágico interferirá. Eu feri e fui ferida, mas com o tempo a gente volta a brilhar, questão de dá um “Realce” nas prioridades de nossas vidas. Posso até não ser compreendida, mas se eu sou algo incompreensível, meu Deus é mais.

O momento é de separação, mas vida é mesmo assim. Houve um tempo que acreditei por nós dois, no nosso amor. Agora é sua vez. Dizem que o verdadeiro amor é vão. Se você conseguir entender que a minha busca sempre será pela paz. E “A paz” está dentro de mim, preciso juntar meus pedaços para voltar a acreditar em mim, em ti e em nós. Só assim poderei te olhar novamente com a mesma ternura, com verdade nos olhos e amor no coração. Por isso vou descobrir onde habita meu coração e acredito que pode ser na beira-mar. Quero fitar o infinito azul do mar e me encontrar a cada onda que chega mansa até a praia para molhar meus pés descalços.

E dessa viagem, levarei apenas uma certeza, de que o tempo transforma tudo, as velhas formas de viver e amar. Por isso, não me iludo, tudo permanecerá transcorrendo, em todos os sentidos. 

Aline Rafaela

(Escrito em 2014 - alusão a Gilberto Gil - Unplugged)

Ah, se eu soubesse quem sou. Se outro fosse meu rosto. Se minha vida-magia Fosse a vida que seria Vida melhor noutro rosto. Ah, como queria cantar De novo, como se nunca tivesse De parar. Como se o sopro Só soubesse de si mesmo Através da tua boca, Como se a vida só entendesse O viver, Morando no teu corpo e a morte Só em mim se fizesse morrer.

HILST, Hilda. Júbilo, Memória, Noviciado da Paixão. p.31

Viver é ser outro. Nem sentir é possível se hoje se sente como ontem se sentiu: sentir hoje o mesmo que ontem não é sentir - é lembrar hoje o que se sentiu ontem, ser hoje o cadáver vivo do que ontem foi a vida perdida. Apagar tudo do quadro de um dia para o outro. Ser novo com cada nova madrugada, numa revirgindade perpétua da emoção. Isto, e só isto, vale a pena ser ou ter, para ser ou ter o que imperfeitamente somos. Esta madrugada é a primeira do mundo".

PESSOA, Fernando. Livro do Desassossego.

Qualquer vontade era ávida demais  para ser pensada, discutida e analisada. De tanto desejo me fiz inquieta. E se a vida for mesmo isso aí? Quanta frustração e fascínio levo no meu coração? Dos amigos que partiram nunca mais quis saber, embora alguns eu relembre com ternura. Das pessoas que passaram em minha vida das quais muitas não faço nem questão, outras já são tão parte de mim que partir é confusão. Da mulher que me tornei de cabelos curtos e impetuosa, para poucos homens sou rosa. No meu viver tem uma dor de  pinturas inacabadas. Cheguei ao máximo com minhas indagações. Quero gozar serena nos braços do meu amor e viver de amor apenas. Como se fosse possível ter paz todos os dias. A gente cresce e já não encontra mais entusiasmo com nada Quando o tempo das descobertas se vai… o primeiro beijo, o primeiro sexo, o primeiro amor,  o primeiro baseado,  a primeira mudança. Não nos resta mais nada a não ser ter fé. Depois de um tempo tudo vai virando aos poucos trivialidades. E aí que está o segredo da vida. Reinventar tudo, sair de si, transcender, E então passar a ver tudo com outros olhos. Constantemente descobrindo a vida  E redescobrindo o novo.

Aline Rafaela

(Escrito em 2014)

Meu amor despedaçado  hoje chora baixinho no peito Pego o telefone para te esculachar, mas desisto e me dou o respeito.

Se muitas mulheres passaram por sua cama muitos homens eu impedi que me tocassem não sei se me arrependo disso ou me arrependo de um dia ter te amado meu erro é ingenuidade os seus erros covardia? não dizer do rebento àquela menina?

A partida é esperança de uma vida mais tranquila mais tinta e pincel mais desenhos e texturas

A volta é vaga e duvidosa muita coisa me espera um corpo alto e esguio  me chama e se revela

Meu coração machucadinho só quer entender por que de dois corpos  fizemos um fundimos nossas almas. Erro irremediável ou desejo incontrolável?  À morte de um amor único  estamos condenados.

O intervalo de tempo que nos separa é para eu me reinventar e, se dessa reinvenção você permanecer quer dizer que o destino se cumpriu, mas se o meu amor esmaecer não condene a quem partiu.

De tanto tentar achar o culpado, acabei enxergando minha parcela de culpa  no entanto me livro desse peso  prefiro ir à luta.

Tudo que eu preciso neste momento é de você bem longe de mim tudo que eu quero ser: flor amarela de jasmim.

Aline Rafaela

(Escrito em 2014)

A distância que aproxima,

Não posso explicar,

Saudade de pai.

Saudade de tudo nele,

Da pele preta,

Dos braços fortes,

Do seu coração macio,

Pronto para receber amor.

Saudade de quando pai pegava o carro,

E levava a gente ainda criança para conhecer algum lugar:

A cidade que nasceu,

Lugares que ele passou.

Sempre gostei desses pequenos passeios.

Não esqueço as estradas,

As casinhas simples de beira de estrada,

O rio correndo ao fundo do quintal e da casa abandona, onde dentro cresceu a goiabeira.

Lembro também de historias de preto velho

Silenciadas pelo medo, ou pelo respeito.

Ainda não descobri porque foram silenciadas

Mas pai e família de pai

Traz em si muita coisa que veio de além mar,

Historias de pretos africanos.

Pai fez crescer em mim o gosto pela viagem

A inquietude de quem busca conhecer o mundo

De quem busca na inconstância, sabedoria.

Ainda quero parar para ouvir suas historias de menino,

Os caminhos que percorreu,

As difíceis histórias que viveu

E que hoje ficam na memória,

De um homem que às vezes se parece triste,

Mas pai! quero viver para te encher de vida!

Realizar seus sonhos que a vida por algum motivo não permitiu que fossem realizados até agora,

Comprar-te um barquinho e uma casinha no mato,

Levar-te a lugares que o senhor não pensou estar antes

Ver-te sorrir e brincar com os netos,

Com a paz de quem não quer chegar a lugar nenhum,

Apenas imortalizar-se em nossos corações.

 Com todo amor do mundo,

Aline Rafaela Lelis

(Escrito em 11 de julho de 2015)

64 ANOS DE AMOR! O HOMEM QUE VERDADEIRAMENTE ADMIRO E QUE, ACIMA DE TUDO, MERECE A MINHA ADMIRAÇÃO.

Dá Pra Fazer.

Dá pra fazer.

Fazia tanto tempo que eu não sentia nos olhos de um homem um olhar de interesse para dentro, para a alma. Estava tão acostumada com o desejo lascivo, a libido espontânea, o gozar de alívio, sem intenção de afeto; que quando vi nos olhos daquele homem tamanha afinidade e empatia eu não soube o que fazer, muito menos o que pensar. Eu passei do ponto em que a compreensão da afetividade obedece a uma regra social, institucional e ideológica. Não, não tenho tempo de fantasiar historinhas românticas. Definitivamente não há nada a fazer a respeito daquele olhar. A não ser esperar e ver o que o Universo preparou desse encontro. Seja lá o que o destino reservou, é sempre bom lembrar que todas as coisas tem seu próprio tempo. 

Aline Rafaela 

(Primeiro texto pensando nele)

 Manoel De Barros 

 Manoel de Barros 

Esse moço, que igual a tantos moços. Me chama de “preta”, me chama de “sua”. Mas só quando quer ou convém. Não pergunta se estou bem ou como tenho passado. Não quer saber o que me faz sorrir, o que me dá prazer... Ele só sabe dele. Ele só vive para ele.

Ahhh esse moço... que como tantos moços, gostam na verdade de outros moços.

Aline Rafaela Lelis

Tem tristeza que quando vem à tona, faz doer meu corpo inteiro. Começa no coração e termina nas pontas dos dedos. Tristeza assim, faz as lágrimas saltarem dos meus olhos e não importa onde estou, perco noção de tempo e espaço. Por instantes tudo perde o sentido, e a vontade que tenho é de me fundir ao infinito, perder a forma e evaporar no vazio para ver se a dor finda.

Aline Rafaela Lelis

A academia é o lugar onde mais encontrei hipocrisia; porque os ditos produtores do conhecimento que almejam mudar o mundo, mal sabem que suas pretensões absurdas não os tornam nem especiais, nem mais críticos, os tornam apenas mais tolos; porque são incapazes de reconhecer sua própria pequenez e ignorância diante do mundo. 

Aline Rafaela Lelis

“A única esperança de transformação é que você possa mudar a si mesmo.”

Eu não escondo as minhas fraquezas, e muito menos tenho medo de expor as minhas fragilidades. Não suporto gente que se faz forte fingindo fortaleza. Mas adoro pessoas  que não mascaram suas imperfeições, acredito que  isso é prova de força inigualável. Quando alguém realmente é, ela não faz força para ser. 

Aline Rafaela Lelis

O homem que diz dou. Não dá! Porque quem dá mesmo. Não diz! O homem que diz vou. Não vai! Porque quando foi. Já não quis! O homem que diz sou. Não é! Porque quem é mesmo. Não sou! O homem que diz tou. Não tá. Porque ninguém tá Quando quer! 

(Canto de Ossanha. Baden Powell / Vinícius de Moraes).

Com o tempo ele se tornou tão desprezível. E o mais engraçado é que um dia ele foi como que da família. Ou melhor, eu acreditei estar realmente no caminho para construir a minha família. Mas voltando ao fato dele ter se tornado desprezível, a única coisa que podia pensar era, “mas como?”.

E sem ansiar por uma resposta, fitei o céu por alguns instantes e avistei a lua, que estava clara e imensa. Então meus pensamentos ganharam outros rumos, e na contemplação já não havia mais perguntas. Apenas um suspiro aliviado de gratidão. Que bom que tudo finda. O fim é renovação, para cada morte um nascimento, e esse movimento, apesar de dolorido (às vezes) é que faz com que cresçamos. 

Aline Rafaela Lelis

Assim ela me escreveu: 

“Dizem que na vida quem perde o telhado ganha as estrelas. É assim mesmo. Às vezes, você perde o que não queria, mas conquista o que nunca imaginou. Nem tudo depende de um tempo, mas sim de uma atitude. O tempo é como um rio, você jamais tocará na mesma água duas vezes. Aproveite cada minuto de sua vida, não procure pessoas perfeitas, mas sim aquelas que saibam o seu verdadeiro valor.” 

E assim fiquei mais tocada e muito mais grata pela compaixão dessa mulher, que diz o que preciso ouvir e no momento exato. Isso é mais que psicologia, é espiritualidade. 

O homem-paradoxo

Homem-paradoxo, assim nomeei meu opressor. Homem metade raposa e metade escorpião. O paradoxo estava estampado em sua testa, ele se vestia de combatente das injustiças do mundo ao mesmo tempo que oprimia mulheres e meninas que estavam sob seu comando. Porque homens assim, covardes como ele, gostam de se sentirem poderosos, gostam de ter a vida de jovens meninas sonhadoras nas suas mãos. O homem paradoxo tinha uma mente doentia como a de H. Humbert, no entanto, não havia sarcasmo na sua postura, muito menos humor. Havia apenas maldade. Um coração sujo. Meu opressor me deixou confusa, mexeu com meu juízo, me fez sair de mim. Fui salva pela fé, e pela esperança de um dia sair das suas garras e nunca mais provar do seu veneno. Minha fé valeu e ainda vale, porque hoje percebo que meu opressor, o homem-paradoxo, não tem um terço do que eu tenho. Dignidade e amor. Meu opressor é digno de dó. E hoje, em vez de vingá-lo. Oro por ele, porque ele não faz ideia do que é ser amado. Ele nem imagina o que o bem é capaz de fazer. Ele não sabe da liberdade de ser o que se é, e acima de tudo, ele não vê o sagrado da vida. Porque para ele a vida não passa de um jogo. 

Aline Rafaela Lelis

Saudade de quando eu não sabia nada, e não saber só me levava a sentir. E sentir era a única forma de chegar a verdade. 

Saudade de quando minha presença bastava por si só, e eu estava no mundo. Mas não fazia parte dele. Era capaz de tudo abstrair. E me sentia em paz em qualquer lugar. 

Saudade de quando amar era a condição da minha existência e de quando bastava olhar nos olhos para ver a verdade das pessoas.

Saudade de quando meu coração ainda não tinha feridas, e então, entregá-lo de mãos juntas me fazia sentir ainda mais viva.

Saudade de quando eu ainda percebia o mundo com a inocência de uma criança.

Existem certas coisas que são indizíveis, e querer compartilha-las é bobagem. Precisamos ter nossos segredos e saber contar com nossa própria presença. Do contrário, nunca saberemos quem somos de verdade, nunca saberemos o que é ser testemunho de si mesmo. E isso não se compartilha. Não se diz a respeito. Apenas viva e deixa estar o que não podemos traduzir em palavras. 

Aline Rafaela Lelis

Embora muito próxima, ela sempre me pareceu indecifrável. Do tipo de pessoa que não se pode esperar muito. Ela me entristece nas pequenas coisas. Na ausência da escuta e na frieza dos gestos. Abraçá-la é semelhante a tocar um estranho. Diferentemente do abraço que cura, seus braços não são envolventes e não dizem nada além de boa educação. Essa falta de calor, essa contenção dos sentidos por si só magoa. Uma bobagem... Porque abraços aconchegantes é comum entre mim e outras pessoas. Mas penso que o afeto entre irmãs deveria ser condição mínima para cristalizar os laços. 

Aline Rafaela

Rapaz, hoje meu sorriso sincero invade qualquer lugar que eu passo, e meu corpo adquiriu certa postura que diz: venha se tiver coragem, e se for nobre para fazer par com uma rainha. Isso mesmo, rainha. Porque  hoje, eu trago marcas de quem lutou muito para construir seu próprio reinado, de quem desceu ao inferno para reconstruir a sua dignidade de mulher. E, sinto muito se você não está pronto. Muitos não estarão. Mas uma rainha sabe reconhecer nos olhos e na postura um rei. Porque hoje, eu sei muito mais sobre os homens, e estou em sã consciência de escolher aquele que comigo irá construir um império. No amor, na reciprocidade, no respeito e na mesma direção. 

Aline Rafaela.

A transformação chega, como a morte, no seu devido momento. E também como a morte, ela transporta você de uma dimensão para outra.

Tarô Osho Zen

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