Ergo-me do túmulo
Se sentia como o deserto após uma tempestade de areia, não havia resquícios de que algo residiu por ali. Tudo estava diferente, mesmo que essencialmente ainda fosse o mesmo. Era um novo vazio, vasto e desconhecido.
Suas mãos pálidas apertaram o tecido sobre o qual se deitava, precisava se segurar a algo, puxar-se de volta a realidade amarga e estranhamente necessária.
Pelas horas constatou que já era dia, mas ao levantar-se e livrar sua visão externa do tecido grosso da cortina notou o luto no céu. O sol havia morrido e a noite clara se perdurava, sem estrelas, sem brilho, apenas um escuro sensível e acinzentado reivindicava àquela vastidão.
O gélido ar o trouxe de volta, mas não por completo, sabia que seria sempre escravo de seu deserto, estava preso ao vazio, livre de amarras e de fugas.
Aprender a aceitar a sua realidade interna era tão difícil. Parecia um asmático tentando puxar o ar para seus pulmões, era inútil, porém insistia em tentar, sem de fato acreditar em uma motivação que o levava á isso.
O desejo animalesco e irracional de viver era o que fazia o ar entrar de fato pelos pulmões. Arrastando-lhe para a miséria da existência, que não precedia nada além de um satisfatório sofrimento, que conquistava corações masoquistas, provocando sorrisos banhados à lágrimas.
- Daten-shii
“Dolorosa é essa ideia de continuar. Estou cansada de planejar idas e vindas, recriar caminhos e escolhas que outrora não me moveram. Lutar por algo é uma prova de amor próprio, uma forma de não aceitarmos o nosso fracasso e seguirmos em frente.”
— Edna Morb (via livrario)
Éramos milhares e fomos reduzidos a menos da metade, éramos livres, mas fomos vítimas da leviandade, tínhamos dignidade, hombridade, e respeito, mas fomos tratados como mercadoria, dentro de um navio negreiro, assim como o povo escravo no Egito, nos fizeram um animal a ser perseguido. E essa é a maldição da metrópole, que exalta o malfeitor maldito, mata o guerreiro de alma nobre. Dos quilombos, nos restaram as favelas e da escravidão, uma falsa liberdade, um racismo disfarçado, cruel e covarde, um passado de opressão, a ingratidão da nação, à disparidade.
Estamos às margens da sociedade, tratados como escória, onde está a tão discutida igualdade? Por que somos obrigados a viver de esmolas?
Isso que fizeram com a nossa liberdade, ainda somos escravos nessa selva de pedra, padecemos de fome, de sede e de frio, destruíram nossa religião, nossa cultura, se apropriaram de nossa identidade, e de nossos corpos, e nos vendem seu deus, seus credos, os mesmos que legitimaram nosso massacre. A voz da África ecoa dentro do navio.
“Cara, hoje tem tantos termos para sexo, seja transa, coito, foda, como queira. Sei que é do ser humano, algo carnal, mas sou a favor de sentimento acompanhado com esse desejo, quando tem sentimento não importa como chame, seja foda, transa ou amor, vai ser algo realmente prazeroso. O que realmente vale é a ligação, não digo só entre os corpos, mas também entre as almas.”
— Matheus Fernandes.
Às vezes sinto essa vontade louca de fazer todas as merdas que eu puder.
Às vezes sinto essa vontade de me permitir errar tudo o que nunca errei.
Eu quero dar motivo para as pessoas falarem de mim todas as coisas que elas já falam sem motivo algum.
E, quem sabe, no meio disso tudo, eu talvez possa me encontrar.
Estou cansada de me sentir perdida no meio da opinião dos outros.
“Sou intenso demais. Amo sem medidas, me entrego por inteiro, me jogo de cabeça, mesmo que eu saiba que vou me quebrar por completo. Sou muito, e ás vezes, um nada. Alimento meu coração de esperanças e permito que ele caia no meu amontoado de ilusões. É … Não consigo fazer rodeios quando se trata da minha felicidade.”
— Jhonata Riscovisk.
“Não me provoque. Não me instigue. Não me faça querer. Não me desperte. Não me cative. Não se interesse se a sua intenção não for fazer isso todos os dias. Quero intensidade, se tu não pode me dar isso, então nem se aproxime.”
— Escriturias
“Meu rosto é meu, minhas mãos são minhas, minha boca é minha, mas eu não. Eu sou seu.”
— Capitão Fantástico.