Suzanne Ballivet
“Viver é um rasgar-se e remendar-se.”
— Guimarães Rosa.
Em 1952
Essa folha é de um passaporte de uma MULHER ADULTA
Vejam que seu marido precisava autorizar a saída e a volta dela. Que bom que os tempos mudaram! Surreal minha gente! Vamos refletir em qual mundo queremos viver, foram muitos anos lutando por liberdade e igualdade. Ainda falta muito pra conquistar, regredir jamais!
(Texto copiado do original)
A prisão é menos recente do que se diz quando se faz datar seu nascimento dos novos códigos. A forma-prisão preexiste à sua utilização sistemática nas leis penais. Ela constituiu fora do aparelho judiciário, quando se elaboram, por todo o corpo social, os processos para repartir os indivíduos, fixá-los e distribuí-los espacialmente, classificá-los, tirar deles o máximo de tempo e o máximo de forças, treinar seus corpos, codificar seu comportamento contínuo, mantê-los numa visibilidade sem lacuna, formar em torno deles um aparelho completo de observação, registro e notações, constituir sobre eles um saber que se acumula e se centraliza. A forma geral de uma aparelhagem para tornar indivíduos dóceis e úteis, por meio de um trabalho preciso sobre seu corpo, criou a instituição-prisão, antes que a lei a definisse como a pena por excelência.
Vigiar e punir - Michel Foucault