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Todos nós somos suscetíveis a acreditar em informações inverídicas,alguns mais,outros menos;depende muito do contexto sociocultural em que o indivíduo está inserido.E,quando confrontados com evidências contrárias ao que dizíamos como certeza absoluta,distorcemos descaradamente os fatos com narrativas para mostrar que estávamos certos,mesmo estando totalmente equivocados;o reacionarismo é quase instantâneo.Teoricamente,é possível continuar esse processo infinitamente; mas a verossimelhança com os fatos é que,mais cedo ou mais tarde,uma crença falsa esbarra na realidade,geralmente em um campo conflituoso,e a farsa acaba ou nos exterminará.
Hoje faço 1 anos de Tumblr! 🥳
Não seja jamais parasita nem hospedeiro de ninguém; esta é a pior condição existencial de um ser que sobrevive na sociedade, tanto na condição biológica (sugando energia vital e destruindo as células dos corpos dos outros com quem convive),quanto na questão social (sugando a subjetividade, como a decência e a dignidade).
Desde a infância, somos condicionados a buscar a aprovação externa, aprendendo a depender da validação alheia através das reações dos nossos pais. Essa busca constante por agradar, inclusive a estranhos, aprisiona-nos socialmente ao longo da vida. A ênfase na validação social e na imagem projetada resulta em indivíduos com desenvolvimento pessoal comprometido. Frequentemente, renunciamos aos nossos sonhos, desejos, por receio do julgamento externo, embora a consideração pela opinião alheia facilite as interações sociais e a inserções a grupos. Entretanto, a busca incessante pela aprovação alheia é prejudicial e desnecessária; a preocupação excessiva com a opinião dos outros consome energia mental e impede a realização pessoal plena. Em resumo, a maioria de nós demonstra uma preocupação excessiva com o julgamento alheio. Atribuímos uma importância exagerada à aprovação social e nutrimos um medo irracional e desproporcional da desaprovação, da crítica e da rejeição. Em vez de seguirmos um caminho alinhado com nossos talentos, aptidões e desejos, acabamos nos conformando com as expectativas dos outros, ou pelo menos com a aparência delas: o cargo que ocupamos, os bens materiais que possuímos, o saldo da nossa conta bancária, nossa aparência física, nossas escolhas de vestuário e o status das pessoas com quem nos relacionamos. Essas são as coisas que trazem a validação que muitos almejam. No instante em que permitimos que nossa felicidade dependa da validação externa, cedemos o controle sobre nosso estado emocional. Com essa perspectiva, sentimos euforia quando agradamos aos outros, mas, quando não o fazemos, ficamos tristes e irritados. Principalmente nos dias atuais, com a influência das redes sociais, muitas pessoas priorizam a aprovação alheia, buscando constantemente a atenção e o reforço positivo. Isso se torna, então, uma necessidade para a felicidade, dependendo inteiramente da opinião daqueles que se tenta impressionar.
É interessante analisar as contradições humanas. Dizemos que apreciamos a chuva, porém, no primeiro pingo, buscamos proteção ao abrir o guarda-chuva. Da mesma forma, declaramos gostar do sol, mas qual seria nossa reação diante de um dia ensolarado?É procurar logo uma sombra. E o que dizer dos flocos de neve?O frio é sempre exaltado,mas somos frágeis e logo estamos debaixo do cobertor.Imagine quando se diz que quer um amor e quando encontra o que se faz? Não ama.Seria revelador entender as nossas ações em relação a esses elementos.Afinal,nossas ações geralmente falam mais alto do que palavras. Observar esses comportamentos e suas inconsistências nas pequenas incoerências do sentir e do fazer nos permite compreender melhor as nuances das idiossincrasias da humanidade,perceber que sabemos pouco da imensidão do pensar e do agir dos seres humanos.
Se o final é normal, para que correr? E se morrer é ruim, mas é comum, se o caixão vai levar de um em um, se o dinheiro não pode socorrer... Eu só quero o bastante para comer, para viver, para vestir e para calçar, mesmo sendo pouquinho, se não faltar, eu só quero esse tanto todo dia. PARA QUE TANTA GANÂNCIA E CORRERIA SE NINGUÉM VEIO AQUI PARA FICAR? Todo ser humano, por direito, tem que ter moradia, saúde e alimento, um pouquinho também de investimento, que um dia ele pode adoecer. Necessita também de algum lazer para o corpo cansado descansar. Mas tem gente que pensa em enriquecer, não descansa de noite nem de dia. PARA QUE TANTA GANÂNCIA E CORRERIA SE NINGUÉM VEIO AQUI PARA FICAR? Para que tanta ganância por poder exibir a fortuna adquirida se o que a gente ganhar durante a vida é preciso deixar quando morrer? Se na cova não tem como caber e no caixão ninguém tem como levar, lá no céu não tem banco para guardar o que o morto juntou quando vivia. PARA QUE TANTA GANÂNCIA E CORRERIA SE NINGUÉM VEIO AQUI PARA FICAR?Sei que a vida da gente se encerra, e muita gente se esquece, com certeza. É por isso, pensando na riqueza, que alguns loucos estão fazendo guerra. O pior é que brigam pela terra para depois nela mesma se enterrar. Toda essa riqueza vai ficar, e só o corpo vai para a terra fria. PARA QUE TANTA GANÂNCIA E CORRERIA SE NINGUÉM VEIO AQUI PARA FICAR? Para que tanta ganância e ambição se essa vida é bastante passageira? Tudo finda no monte de poeira, na mortalha, na cova e no caixão. Ninguém pode pedir prorrogação quando o jogo da vida terminar, a não ser uma vela para queimar. O destino é partir de mãos vazias. PARA QUE TANTA GANÂNCIA E CORRERIA SE NINGUÉM VEIO AQUI PARA FICAR? A ganância infeliz e desenfreada deixa o mundo sem paz e sem sossego, pois há pessoas com mais de um emprego e muitas pessoas morrendo sem ter nada. Mas a vida é emprestada e a qualquer dia o seu dono vem buscar qualquer vida que a morte levar. Ninguém pode tirar segunda via. PARA QUE TANTA GANÂNCIA E CORRERIA SE NINGUÉM VEIO AQUI PARA FICAR?
Poeta Zé Xavier
Qual é o valor do sucesso quando as renúncias causam tragédias coletivas para se ter o que se pretende alcançar individualmente? Quando alguém disser que fulano é bem-sucedido, pergunte quais foram as circunstâncias e o que o levou ao sucesso, quais são os contextos dos que fracassaram e estavam ao seu lado. Que os tagarelas aprendam a se calar, testam o limite da bondade. Mesmo os mestres passam por problemas. Ouça o conselho de alguém que merece sua total confiança, mas valorize o ato de pensar sozinho com autonomia. Pensar é um ato solitário. Não é apenas vital conquistar, mas seguir adiante. Todos desejam amor, quem nunca amou, já sofreu, e quem ama profundamente, adoece, mas se recupera mesmo sequelado, sobra sempre um pouco de perfume nas mãos generosas de quem se doa por inteiro. O mais importante é focar no que você ama e o faz pulsar feliz como ser vivente interessado, fazer as perguntas corretas para suas prioridades e obter todas as respostas corretas, mesmo que elas não sejam do seu agrado. Ser capaz de dominar seus próprios valores e conhecimentos enquanto se percebe, evitando o autoengano.
Bom, se eu dissesse que não tenho medo, não seria verdade. No entanto, devemos aceitar os ônus e bônus de todas as situações na vida, pois isso é inevitável. Devemos ter em mente que a vida é uma constante transitoriedade de contextos e fases, e em todas as circunstâncias e âmbitos da vida, devemos permanecer fiéis a nós mesmos. Existe risco em tudo, mas faremos o melhor que podemos em cada momento, para que seja inesquecível da melhor maneira possível.
Você compreenderá minhas habilidades e potenciais contribuições para enriquecer sua vida quando perceber minha ausência e constatar que ninguém mais pode ou irá desempenhar o que faço ou oferecer o mesmo nível de dedicação que sempre dei. Embora ninguém seja insubstituível, minhas habilidades e qualidades são únicas e não facilmente encontradas. Outros podem tentar imitar ou seguir tendências, fingir ser o que não são para se encaixar em seu mundo, mas minha autenticidade e capacidade de ser eu mesmo, sem máscaras ou adaptações, me diferenciam.
A gente se acomoda, mesmo que não devesse. A morar em cubículos dos fundos e a não ter outra vista senão a da parede. E, porque não tem a vista, logo se transforma usual a não olhar para fora. E, porque não olha para fora de si, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acende mais cedo a luz artificial do que a luz do natural. E, à medida que se adapta, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplitude e não conhece mais a realidade das dimensões de si e do mundo que está ao seu redor. A gente se habitua a acordar de manhã estressado e sempre com aspecto cansado e apressado porque está na hora. A tomar o café correndo porque parece que está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar e fazer uma refeição mais nutritiva. A sair do trabalho porque já É noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia. Nós abrimos o jornal e lemos sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceitamos os mortos e que haja números para os mortos, sem ao menos questionar nada. E, naturalizando os números, aceitamos não acreditar nas negociações de paz.E, não crendo nas negociações de paz, se conforma a ler todo dia sobre a guerra, os números, a longa duração. A gente acha ordinário esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. Sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. Ser ignorado quando precisava tanto ser visto.
A gente adere a pagar por tudo o que deseja e de que necessita. E lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E ganhar menos do que precisa. E fazer fila para pagar. E pagar mais do que as coisas valem. É a saber que cada vez pagamos mais. Isso é um ciclo repugnante sem fim e acumulamos coisas desnecessárias. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra. A gente se aquenrencia a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade, mesmo sem sua permissão, a intrusão de comerciais te invade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos. Nós nos aclimatamos à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Nós nos amoldamos a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta ou não plantarmos mais nada.No avezamos as coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui,nos anestesiamos com um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana,que se exploda a felicidade e viva a sindrome de burnout. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado,mesmo que esse sono não sirva de nada.Para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Vestimos mascaras sociais para cada situação para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. Estamos poupando a vida para gastar a existencia no nada. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto não ser o que realmente somos, se perde de si mesma,não encontrando nada.
Se o objetivo for resumir em um check list, então nem vale a pena começar. Gosto muito da vida para querer abreviá-la mais do que já é. Peço hoje e a quem eu possa vir a ser que não me peça o resumo, pois não sei fazê-lo. Estou cansado de ligações efêmeras e me incomodo com histórias contadas pela metade. Além disso, não gosto de ter pouco tempo para escutar como se fosse um check-in.Quero uma versão longa para que eu saiba de onde vem, como você ver e o que sente e o que não sente. Se for para ser resumido no check-out, não me chame, pois tudo ficará superficial e não sei viver assim.
Na jornada da vida, não há destino que esteja definitivamente selado. De um lado, há os grandes anseios humanos se esforçando e trabalhando para viver. Do outro, a influência de indivíduos injustos e sebosos que impedem o avanço da nossa vida.
Mas já lhe disse que essa questão de heroi(na), não existe na vida real. O que pode acontecer é você anular-se e perder tudo, tentando mudar alguém. Mas ninguém muda ninguém. Pelo contrário, você é que vai se perder, querendo encontrar essa pessoa idealizada que só existe na sua cabeça.
Não é sua responsabilidade fazer com que a pessoa melhore ou não. Você não pode determinar o resultado. No entanto, você pode decidir não se afundar com essa pessoa e viver em função de um caso perdido. Não perca sua vida tentando salvar outra pessoa e se perdendo no processo, sem possibilidade de retorno.
É impossível ser perfeito, mas não podemos ser medíocres e nem, ao menos, péssimos.
Tudo está mudando aceleradamente por conta da ação humana.
Estamos vivendo em um período de crises extremas, e tudo está interligado. As decisões que tomamos serão cada vez mais cruciais para toda a humanidade. O cenário climático já mudou radicalmente e já impactou significativamente a humanidade. O modelo econômico neoliberal está obsoleto, e estamos apenas reagindo, mesmo que as previsões já indicassem o pior. O atual modelo de desenvolvimento baseado exclusivamente no crescimento econômico está em conflito com o clima. Embora esse modelo econômico tente mitigar as consequências de eventos climáticos extremos, suas ações não serão efetivas e terão consequências trágicas. As mudanças climáticas representam um efeito de uma batalha entre o planeta onde vivemos e o modelo neoliberal, uma causa perdida do neoliberalismo, pois é algo inconciliável.
Quando se deseja o bem-estar de alguém, é necessário estar bem consigo mesmo. Não é preciso se anular para que isso aconteça. Isso é o mínimo de reciprocidade saudável. Quando se tenta controlar as decisões, sentimentos, emoções e atitudes dos outros, perde-se o controle de si mesmo e da própria vida, sem que isso leve a lugar algum, a não ser à própria ruína. Viver de acordo com o que a outra pessoa quer é insensato. Pensar em manter as coisas como estão na esperança de que tudo se resolverá só vai piorar a situação. E é possível que a outra pessoa nem se importe com você, pois ela só pensa em si mesma. Você já tem provas suficientes para perceber isso, enquanto se preocupa desnecessariamente e se martiriza por um relacionamento que já acabou e você ainda não percebeu que sua vida está se esvaindo junto com ele.
A indiferença te devora e o descaso da desimportância te desgasta lenta e constantemente, se infiltra nos pequenos gestos diários, se alastra pelos poros no bom dia não recebido pela manhã, numa mensagem não escrita, numa ligação que não chega.A falta está nos detalhes, nas pequenas atenções, nos gestos escondidos, no sorriso que você sabe que nunca mais verá.Sempre acreditei que um 'estou com saudades' vale mais do que um 'eu te amo', tem um significado mais profundo, é como dizer 'estou aqui rodeado de mil pessoas e sinto sua falta'.É como pensar em você mesmo sem a necessidade de ter um ao outro.Sinto sua falta, em cada palavra que deixamos de dizer um ao outro, em cada ligação que deixamos de fazer, sinto sua falta em cada foto que não enviamos mais um ao outro e em cada experiência que nunca mais compartilhamos.Sinto sua falta quando há caos, sinto sua falta no silêncio, sinto sua falta em dias agitados e vazios. Sinto sua falta quando estou doente e sinto sua falta quando pareço me sentir um pouco melhor.Sinto sua falta na minha cabeça, no meu estômago, debaixo da minha pele, na minha carne. Sinto tanta falta de você que é como se estivesse paralisado, o tempo passa e eu não fluo com o tempo. Perdi a percepção do que me rodeia porque no que me rodeia você não está mais.Perdi o interesse pela vida cotidiana porque a vida cotidiana não existe mais sem você.Não consigo mais dormir desde que parei de te dizer boa noite, desde que você parou de me dizer para descansar um pouco preguiça, ânsia de viver. Medo de não conseguir, medo de que nunca vá embora, medo de não querer que passe e medo de que um dia tudo isso seja apenas uma lembrança. Eu apenas diria para você voltar. Mas eu não posso. E você parou de querer. Uma parte de mim esperará por você para sempre, mesmo quando eu não esperar mais por você,isso não acabará de repente,mas não continuará como era antes,resignificar e dar novos sentidos.
Imagine se eu estivesse de mau humor com você o dia todo, implicando e provocando você, e porque estávamos fora para jantar com seus amigos, você não poderia fazer nada sobre isso. Depois de um tempo, a noite chega ao fim, e dizemos adeus a todos os seus amigos. Você se despede educadamente antes de fechar a porta atrás do último convidado a sair. Estamos sozinhos agora. O que você faria comigo?
Infelizmente, nunca temos certeza de qual é a nossa posição na vida das pessoas. Às vezes, pensamos que somos a prioridade, mas, na verdade, somos apenas a última preferência no leque de alternativas. E ainda há pessoas que se acostumam a ser tratadas dessa forma, porque se agarram a qualquer mísero carinho. Mas a pessoa é apenas uma rota de fuga do tédio. É por isso que precisamos sempre ser transparentes com quem nos relacionamos, mesmo que isso seja trabalhoso e que às vezes possa ser taxado de discussão relacional. É fundamental que isso seja o ponto central de qualquer relação, se não tudo vai aos poucos desandando e quando você pensa que não, já nem tem mais jeito, igual a um cristal que quebra.
A lei da vida!
As pessoas sempre sabem bem o que estão a fazer. Se o fazem, é porque escolheram fazê-lo e terão de arcar com as consequências das suas escolhas, sejam elas quais forem. E devem estar bem com isso.
Somos frágeis como seda, suscetíveis ao imprevisível. Existimos por acaso entre as porcentagens e expectativas imprecisas, temporariamente. E esta é a melhor e a pior parte, o fator temporal. Dito isto, para que a arrogância de superioridade e a inferioridade de se humilhar para outrem? Se não há nada que se possa mudar essa realidade. Você pode ir ao topo de uma montanha e meditar, isolar-se por décadas e nada vai mudar. Pode ir fazer turismo até em outros planetas ou no fundo do mar e até planejar morar por lá mesmo. Você pode mudar a si mesmo para ser socialmente enquadrado no que a sociedade e o senso comum cobram de você, mas talvez até nisso racionalizamos demais. Sinta mais, pense menos. Ouse mais a ser o que é, para que não seja obrigado a ser menos do que é. É tudo muito breve, um lapso temporal de milésimos no infinito ainda a descobrir.
O tempo neste declive vago e sutil, a chuva ainda ligeira (ou espantosa, conforme os dias) e o vento como uma criança que aprende a assobiar. Olhamos com íntima estranheza a brevidade destes primeiros dias, dos quais já não nos lembramos. As folhas das árvores balançam indecisas, iluminadas com cores incríveis. A fruta é aromática e tem um sabor denso, muito diferente do sabor do verão.O que é belo neste mundo, e que nos anima, é saber que na colheita de cada sonho, as videiras ficam a sonhar com outra aventura. E a doçura que não foi provada transforma-se numa doçura mais pura e nova... "No início do outono, dou por mim a pensar na frase "a doçura que nunca foi provada". Tendo testemunhado a vida de muitas pessoas, sei que esta questão não é algo a que se possa escapar. Numa altura ou noutra das nossas vidas, olhamos para trás e sentimos que estamos longe dos nossos sonhos. Há dias e épocas nas nossas vidas em que nos sentimos mendigos para nós próprios. Eu estava à espera disto e daquilo, mas não aconteceu. Procurava a realização, o brilho e a luz, mas o que obtive foi uma rotina estreita e aborrecida. A doçura que parecia prometida está a afastar-se, a ser adiada, e começamos a pensar que é algo que já não podemos ter. Este sentimento pode surgir aos 70 ou aos 40 anos. Mas também pode surgir aos 20 ou 30 anos. Faz-me lembrar as palavras terrivelmente verdadeiras de Marguerite Duras no seu romance autobiográfico, "demasiado doce dói demasiado tarde na minha vida". Esta melancolia difusa, esta sensação de que a luz que nos ilumina por dentro se apagou e está fora de alcance, é uma experiência muito ampla.
Normalmente, como belo sentimental e amante do processo de autoconhecimento que sou, escrevo um texto de aniversário no qual faço uma reflexão existencial. Mas, neste ano, diante dos meus 34 anos, eu deixaria esse costume de lado, deixaria porque tem tanta coisa acontecendo que nem sei direito como me expressar. Há tanto a se falar, mas não sei como organizar. Quando estou em meus momentos sombrios, penso coisas terríveis sobre mim mesmo e sobre o mundo. A força do meu emocional em me conduzir para zonas altamente turbulentas é implacável… quando me dou conta, já estou lá.
Durante muito tempo, imaginei que conseguiria atingir um estado de estabilidade emocional. Pensei que poderia ser uma pessoa mais contida, menos expressiva… pensei que houvesse algo de errado com o meu sentir. Comecei a cogitar que eu estivesse transferindo carência e buscando no externo algo que não tinha em mim e que, talvez, meu excesso de amorosidade viesse daí.
Hoje, me questiono: por que achei necessário buscar razões para ser como sou, se eu só era o que era e nem pensava em ser algo? Que voz é essa que buscou entravar a espontaneidade do meu eu? Por que eu não poderia amar e sentir ao meu modo?
Diante de todas essas dúvidas, a força maior que habita em mim não permitiu que eu bloqueasse a minha forma natural de ser, mas, para isso, houve um confronto existencial do meu ser, a sensação de desajuste foi latente; no entanto, como a boa teimosa que sou, insisti e entendi… Que o melhor que podemos ser é o que já somos… Se estabilidade é bloquear o que sou, prefiro o ônus de lidar com a fluidez do meu ser, tudo bem doer, o que não é admissível é eu travar o meu viver. Não quero estabilidade, quero verdade.
Sou grato por cada detalhe da minha existência, a jornada não é constituída ao todo por arco-íris e trombones… Mas em tudo há uma razão, sou satisfeito pela vida fazer de mim quem sou. Prometo a mim mesmo não parar, não importa os elementos que cruzem em meu caminho. Eu me manterei firme, seguirei leal à integridade do meu ser, pois este nunca me decepcionou. Faço do Universo meu guia!
Hoje é mais um dia em que estou me encontrando aos poucos. A cada detalhe, você vai me mostrando o quanto de poder eu posso ter, o poder de olhar e saber que alguém pode te querer, te desejar nos mínimos detalhes. Uma constante mudança enquanto me aprofundo junto ao seu conhecimento, e você me dita as ordens do que devo fazer para me tornar melhor a cada dia. Sou grato por você existir na minha vida. Você me levantou quando achei que não era mais possível. Minha vontade é me ajoelhar e agradecer por estar me guiando tão bem.
Fechamo-nos porque diariamente percebemos o desinteresse estampado no rosto das pessoas, mesmo sem dizerem absolutamente nada, mas suas atitudes e omissões falam muito. Começa pela desimportância, generaliza-se e ocorre rancor misturado com o ranço, depois chega ao cúmulo da indiferença e se transforma no último estágio, que é o ódio profundo. Há pessoas que fazem o mínimo e esperam que o outro faça o máximo, ainda se fazem de vítimas das circunstâncias. Nesse desalinhamento, quem ama por dois padece por três. É necessário fazer uma observação: amar sem possuir, a liberdade é a fórmula de acompanhar sem invadir, que é a fundamentação da confiança, viver sem depender, ato mais comprometido no bem-estar em uma relação saudável. Cansa-nos, pois dar o melhor é exaustivo. Ninguém precisa de um mártir para dizer que é seu.
Às vezes é insuportável abrir os olhos e lidar com a realidade, mas qual seria a outra alternativa? Não existe outra opção. Minha mente está cansada e meus olhos refletem o que meus pensamentos saturam. É difícil escrever isso, mas a vida se transformou em uma maratona em que parece que estou sempre atrasado, é uma vida em constante emergência, sentença para um réu inocente em que nada e ninguém pode tirá-lo dessa prisão. É tanta coisa, mas ao mesmo tempo é um nada. Mais uma vez, vou ficar para trás. É muito difícil e complicado, algo que deveria ser simples. Tento me aproximar das pessoas, ser simpático e agradável. Eu me arrumo, não sou feio comparado a pessoas que estão namorando por aí, me esforço para seguir as condutas e papéis sociais para me aproximar das pessoas. Sou uma pessoa que desenvolve qualquer conversa torna-se um assunto interessante, mas ou sou colocado no vácuo, ghosting, é como se fosse um ciclo sem fim de estar no banco de reserva, é o benching, estar de molho, vivendo de sobras, migalhas e eventuais interações. Não existe profundidade relacional. Cada vez mais as pessoas só me procuram quando estão em situações difíceis, vivem mergulhadas numa vida lotada de compromissos e sempre arranjam uma desculpa para dizer que não têm tempo, mas eu não estou na agenda delas para concretizar as coisas da vida que podemos dividir. Peço desculpas por falar tudo isso.
Vai falar o quê de mim? Que eu sou independente e que trabalho sério e muito, que tenho uma mente voltada para o futuro sem repetir erros do passado, que não dou preocupação para a minha família, que onde eu chego sou bem recebido. A minha meta é conquistar o melhor cada vez mais e, proporcionalmente, ser cada vez mais eu. Podem falar o que quiserem.
Não me agrada competir pela atenção de ninguém, nem me interessa que alguém me reverencie. Não nasci para ficar no centro do palco sob os holofotes. Sem ter nenhuma pretensão, eu sou o próprio holofote, resguardando as devidas proporções. Sempre serei a pessoa que perde neste jogo de azar e com muitas máscaras e manipulações, entende?A pessoa deixada no vácuo, substituída pelo próximo da fila, aquela que mais faz para não cair na rotina, e em algum momento você diz que sou desinteressante. Não, isso não é complexo de inferioridade, é a concisão da realidade, é a estatística e probabilidade. Tenho provas disso ao longo da vida e não me queixo, não interprete isso como uma chatice, não pense que é uma reclamação qualquer ou lamentações desordenadas. Apenas quero dizer que jogo a toalha antes de entrar no ringue, por assim dizer, não por covardia, mas porque não gosto de regras de um contrato com cláusulas leoninas que não terei condições de cumprir este tal manual e receita pronta, sou do improviso apesar de tanto planejamento cirúrgico e muita perícia. Jogo meu corpo para o lado por conta própria antes de levar o soco e precisar de maca, ou revidar, pois para todas as ações há reações. Já nem entro mais nas disputas; eu não tento e por isso vivo assim mesmo tudo que quero.