Não saber o peso de suas palavras. O quão assustadora pode ser uma pessoa que fala duramente
K-drama W
Dia intrigante. Desconfortável.
Ser combativa, politizada ou aceitar os mimos?
Por muitas horas do dia me questionei, pensando: quero lutar por uma sociedade mais igual; quero equidade, mas também quero aproveitar essa massagem e ganhar chocolate!
Como desejar Feliz Dia se não é tão feliz assim? Fiquei o dia inteiro em reflexão: O que dizer? O que fazer?
Acho que o dia de hoje é para isso: ser inquietante; fazer a gente (sociedade) se questionar, pois é no desconforto/incômodo que a gente consegue propor mudanças!
Hoje foi um dia muito simbólico para mim. E ainda teve a “cereja do bolo” das violências invisíveis!
Então, meu desejo às mulheres hoje é:
O simples (que não é simples) fato de existirmos já é resistir e lutar! E como disse uma amiga:
Bora que amanhã é dia 9!
Rafaela Ventura
Pra quem sente demais, é um pesadelo. não paramos de pensar ou de nos torturamos com coisas que ainda não aconteceram, mas que 'vão acontecer' porque é isso que a mente diz, sempre nos adiantando a sair. levando ao um abismo torturante de medo.
viver à sombra de um futuro incerto nos impede de aproveitar o que temos, nos tornando prisioneiros das nossas próprias emoções.
Meu período de férias do trabalho já está encerrando e há um relato interessante que eu gostaria de relatar. Eis o que ocorreu: nessas férias, pela primeira vez, estive com todas as redes sociais desativadas ou paradas (com excessão do Tumblr, mas utilizei pouco). Pela primeira vez não senti a necessidade de mostrar a minha rotina para as outras pessoas e nem de tentar agradar aqueles que iriam me acompanhar no Instagram ou no Facebook. Pela primeira vez, apenas vivi um dia de cada vez sem me preocupar se deveria postar X ou que iriam achar se eu postar Y. De fato, me libertei de algo que imaginei ser quase impossível: do anseio que querer mostrar uma vida perfeita que não existe. Nessas férias, senti-me livre e... Vivo. Um dia de cada vez, o trabalho apenas pelo prazer de movimentar o corpo e a mente, o estudo pela necessidade de me aperfeiçoar na área de atuação, a companhia de meus pais e irmão, esse foi o meu período de férias. E se eu tivesse viajado para Dubai? E se eu tivesse comprado com carro novo? Bem, isso poderia ocorrer, mas somente Deus, minha família e eu saberíamos.
É libertador quando conseguimos escapar dessa ideia de que todos devem saber todo instante o que estamos fazendo ou pensando. Não ser escravo do ciclo de Dopamina que infectou a sociedade pós-moderna, isso é um troféu de vitória de valor inestimável.
Ao longo da minha existência, um tema que sempre permeou minhas reflexões é o ato de lidar com a morte. Confesso que jamais encontrei uma resposta concreta ou definitiva para enfrentar essa inevitável faceta da vida. A experiência pessoal que carrego tem sido, por vezes, interpretada pelos outros de maneira fria e distante, ainda que eu seja alguém que sente intensamente cada emoção. Talvez a fé, latente e oculta em mim, tenha sido o meu refúgio, o alívio necessário para aceitar que certas coisas simplesmente são como são, imutáveis e intrínsecas ao ciclo da vida.
A morte, o fim da jornada terrena, é um mistério que desafia os vivos. Nenhuma religião, por mais consoladora que seja, parece oferecer explicações suficientemente eficazes para apaziguar o coração humano. Essa lacuna torna o luto um território nebuloso, onde convivem perguntas profundas e respostas insuficientes.
Ao observar o cotidiano, vemos pessoas que relutam em “deixar partir” aqueles que amam. O que as impede? O amor, em sua grandiosidade, parece ser também a raiz de uma resistência à aceitação do irreversível. Para quem cultiva a fé cristã e se declara seguidor dos desígnios divinos, não seria a espiritualidade suficiente para compreender e acolher o “tempo de Deus”? Ser cordeiro do Senhor não deveria significar, ao menos em teoria, estar preparado para a despedida?
As perguntas sobre o que ocorre após a morte permanecem entrelaçadas ao medo e à incerteza. Diversos fatores colaboram para tornar o processo do luto uma experiência árdua: o emocional, o histórico cotidiano, o financeiro e o psicológico são elementos que tecem o pano de fundo dessa vivência humana universal.
No campo cotidiano, o luto revela-se como a dor pela interrupção de histórias e planos construídos ao longo do tempo. Quando perdemos alguém, não nos despedimos apenas da pessoa, mas também das memórias que ainda seriam criadas, dos projetos sonhados e das experiências que nunca acontecerão. Esse vazio histórico é, muitas vezes, mais devastador do que a ausência imediata, pois carrega a frustração de um futuro que jamais será vivido. Essa dimensão histórica do luto é explorada por filósofos como Walter Benjamin, que discute a importância da memória na construção de narrativas pessoais e coletivas. A morte, nesse contexto, não apenas encerra uma vida, mas também interrompe a continuidade dessas narrativas, deixando lacunas que podem ser difíceis de preencher. O luto histórico, assim, é um reflexo do desejo humano de preservar e prolongar os laços que moldam nossa identidade.
No âmbito financeiro, o luto traz desafios que muitas vezes são negligenciados em discussões emocionais. A perda de um ente querido pode significar, para muitas famílias, uma ruptura significativa na estabilidade econômica. Isso é particularmente evidente em lares onde o falecido era o principal provedor ou desempenhava um papel essencial no sustento material.
Estudos de economistas sociais indicam que o luto pode desencadear crises financeiras duradouras, especialmente entre populações de baixa renda. Os custos associados aos rituais funerários, somados à perda de renda, podem intensificar o sofrimento emocional. Essa sobrecarga transforma o luto em uma experiência ainda mais complexa, onde a dor da ausência se mistura à luta pela sobrevivência.
Esse impacto financeiro, longe de diminuir o amor ou a importância da perda, reflete a interdependência das relações humanas. Como argumenta Pierre Bourdieu em seus estudos sobre capital social e econômico, a vida em sociedade é sustentada por redes de apoio mútuo, e a ruptura de qualquer elo pode gerar consequências estruturais para os que permanecem.
No campo psicológico, o luto é uma experiência multifacetada que varia profundamente entre os indivíduos. De acordo com Elisabeth Kübler-Ross, as cinco fases do luto (negação, raiva, barganha, depressão e aceitação) não são lineares e podem se manifestar de maneiras únicas em cada pessoa.
A psicologia contemporânea, entretanto, reconhece que essas fases não são universais. Estudos mais recentes, como os conduzidos por George Bonanno, destacam o papel da resiliência no enfrentamento da perda. Bonanno argumenta que muitas pessoas conseguem se adaptar ao luto de forma saudável, embora essa adaptação não signifique ausência de dor, mas a capacidade de integrá-la como parte da vida.
No entanto, é importante reconhecer que o luto pode desencadear processos psicológicos complexos, incluindo ansiedade, depressão e transtorno de estresse pós-traumático (TEPT). Essas condições são agravadas pela falta de apoio social ou pela pressão cultural para “superar” a perda rapidamente. Como resultado, muitos enlutados enfrentam um isolamento emocional que dificulta a cicatrização.
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Ao refletir sobre o luto, surgem ainda mais interrogações: será que a verdadeira aceitação da morte é possível? Como podemos aceitar algo tão definitivo, tão incontrolável, que desafia tudo o que compreendemos como finito e previsível? O luto, em sua magnitude, exige de nós um nível de desprendimento que nem sempre conseguimos alcançar, especialmente quando estamos imersos em nossas próprias expectativas e medos. Afinal, a morte, embora universal, nunca deixa de ser profundamente pessoal.
Quando nos deparamos com o luto, será que nossa dor é maior do que nossa capacidade de compreensão? E será que o amor que nutrimos por aqueles que partem pode ser suficiente para nos ajudar a transitar por essa experiência, ou somos, de fato, impotentes diante do imensurável vazio que a perda deixa? Ao nos questionarmos sobre o que realmente significa deixar ir, nos confrontamos com uma das mais profundas ambiguidades da condição humana. O luto não é só uma reação à morte; ele é também um reflexo da nossa tentativa de dar significado à vida que seguimos vivendo. Assim, a verdadeira aceitação da morte talvez resida não na compreensão plena, mas na convivência com o mistério, na busca de um equilíbrio entre a dor e a memória, entre o ir e o permanecer.
Normalmente, como belo sentimental e amante do processo de autoconhecimento que sou, escrevo um texto de aniversário no qual faço uma reflexão existencial. Mas, neste ano, diante dos meus 34 anos, eu deixaria esse costume de lado, deixaria porque tem tanta coisa acontecendo que nem sei direito como me expressar. Há tanto a se falar, mas não sei como organizar. Quando estou em meus momentos sombrios, penso coisas terríveis sobre mim mesmo e sobre o mundo. A força do meu emocional em me conduzir para zonas altamente turbulentas é implacável… quando me dou conta, já estou lá.
Durante muito tempo, imaginei que conseguiria atingir um estado de estabilidade emocional. Pensei que poderia ser uma pessoa mais contida, menos expressiva… pensei que houvesse algo de errado com o meu sentir. Comecei a cogitar que eu estivesse transferindo carência e buscando no externo algo que não tinha em mim e que, talvez, meu excesso de amorosidade viesse daí.
Hoje, me questiono: por que achei necessário buscar razões para ser como sou, se eu só era o que era e nem pensava em ser algo? Que voz é essa que buscou entravar a espontaneidade do meu eu? Por que eu não poderia amar e sentir ao meu modo?
Diante de todas essas dúvidas, a força maior que habita em mim não permitiu que eu bloqueasse a minha forma natural de ser, mas, para isso, houve um confronto existencial do meu ser, a sensação de desajuste foi latente; no entanto, como a boa teimosa que sou, insisti e entendi… Que o melhor que podemos ser é o que já somos… Se estabilidade é bloquear o que sou, prefiro o ônus de lidar com a fluidez do meu ser, tudo bem doer, o que não é admissível é eu travar o meu viver. Não quero estabilidade, quero verdade.
Sou grato por cada detalhe da minha existência, a jornada não é constituída ao todo por arco-íris e trombones… Mas em tudo há uma razão, sou satisfeito pela vida fazer de mim quem sou. Prometo a mim mesmo não parar, não importa os elementos que cruzem em meu caminho. Eu me manterei firme, seguirei leal à integridade do meu ser, pois este nunca me decepcionou. Faço do Universo meu guia!
Meninas, mulheres que tiveram a sua vida interrompida
Pela maldade do mundo que nos assusta, arrepia.
Queremos mais justiça nesse mundo
Leis que não dê mole pra vagabundo
Que nenhuma mulher seja assassinadas,
Que todas possam ter sossego
Que todas as mulheres possam andar sem medo.
Pedimos sempre uma coisa por todas elas
Justiça por todas as Vitórias, Rayanes e Rebecas
Texto: Neto Coutinho