De vez em quando, a solidão acerta em cheio o peito, me tira o ar, e forma em mim um nó tão difícil que perdura por dias no meu intestino e essência. De vez em quando, nessas horas, eu me pego pensando como seria mais fácil se eu pudesse simplesmente me apaixonar por você. Mas de nada adianta pensar assim, a doce ilusão que criei de você não serviria para desatar o nó e me deixar leve.
A estranheza da solidão é que ela é tão assustadora, mas, ao mesmo tempo, tão convidativa, ela anseia te sufocar na escuridão, mas, ao mesmo tempo, quer levar o verdadeiro você à luz, luz essa que pode ser fogo para te queimar e te culpar, mas pode ser água para curar e te fazer entender, que nós nos conhecemos melhor na solidão escura de nós mesmos, como diria um poeta; "a solidão é fera, a solidão devora, é amiga das horas, prima-irmã do tempo, que faz nossos relógios caminharem lentos, causando um descompasso no meu coração."