— Anne Sexton, from The Truth The Dead Know (via lunamonchtuna)
"Na verdade, não. Estou realizando a prevenção de crise. Não sabe como foi da última vez." Ainda lembra-se de como teve que aliviar os sentimentos de Joseph para que o fardo tornasse um pouco mais suportável. Geralmente, não acatava pedidos como aqueles, mas lembrava-se de sentir e concordar em ajudá-lo naquele momento diferente. É claro que Yasemin não sabia, uma vez que ela tinha sido a causadora daquela dor. Não julgava ela, já que tinha feito o que considerava certo naquela época; até mesmo a admirava, uma vez que tinha que ter determinação para insistir em suas escolhas, independente do que fossem. Anastasia, de qualquer forma, era uma pessoa protetora, o que também traduzia na amizade com Joseph. "Mas se você realmente acredita que é só curiosidade, mesmo que sim, tenha uma parte disso, você não me conhece para achar que eu viria encher o seu saco ao invés do dele diretamente e, também, não conhece Joseph o suficiente para achar que ele faria amizade com alguém que se importa somente com fofoca e não o bem-estar dele." Não estava irritada, na verdade, mesmo que as frases pudessem soar dessa forma. Colheria as migalhas caso aquela relação deles desse errado, mas esperava não precisar fazer aquilo. Tomou mais um gole de água, sentindo-se mais sóbria depois de vários drinks. Descansar e comer um pouco realmente faziam milagres. "Vocês deveriam se divertir, nunca sabemos o que pode acontecer ultimamente." Mas não pensaria nisso, de qualquer forma. Se algo acontecesse, sobraria para a Anastasia do futuro (dali dois dias, já que no próximo estaria de ressaca). "E você também parece melhor. Está linda, inclusive."
Yasemin passou por situações questionáveis ao longo do dia. De maneira literal já que o tempo todo os amigos tentaram criar um clima romântico entre eles, isso quando alguém não chegava questionando a natureza da relação deles. Ela meio que perdeu as contas de quantas vezes isso aconteceu num único dia. Ela pegou sua taça de vinho e a virou de uma vez quando ouviu aquela pergunta e todas as outras que vieram em seguida, segurando a garrafa de vinho de um autômato que passava e colocava em sua mesa, enchendo a taça novamente. ❝ ― Vem cá... Não acha que está sendo intrometida demais não? ❞ — Questionou de maneira sincera e direta, finalmente pousando seus olhos em Anastasia.
❝ ― É complicado. ❞ — Yasemin por fim acabou falando, soltando um longo suspiro enquanto abaixava a cabeça para seu prato, pegando um pedaço de Kebab, algo que remetia a sua terra natal e levando a boca. A ruiva fitou seu par ao longe enquanto mastigava, pensando exatamente no que falar para a semideusa ao seu lado. ❝ ― De qualquer forma, está tudo bem. Estamos nos divertindo hoje depois de semanas e mais semanas sofrendo no acampamento. ❞
ʚ com @alekseii .
ʚ em anfiteatro .
Como o pavilhão tinha sido destruído, Anastasia estava focada em achar um lugar que pudesse ter um pouco de paz para realizar as refeições. Naquele dia, estava comendo um pouco de uma barra de proteína, o corpo ainda brilhando de suor após realizar um treino intenso de luta corpo a corpo. Ainda sim, estava animada com a peça que estava ensaiando com o grupo e, por conta disso, tinha colocado para tocar Touch-A, Touch-A, Touch Me no fone mágico. Os olhos permaneciam fechados, absorvendo a música e as nuances que tinham na voz da personagem. O reflexo, no entanto, fez com que os pelos se eriçassem e, quando olhou para cima, encarou um par de olhos claros. Tirou um dos fones, imediatamente confusa. "Você está falando comigo?"
Estava nervosa, porque os ferimentos não estavam caminhando para o que desejava. Esperava que fossem como os antigos: curavam em questão de, no máximo, algumas horas. Como não tinha ido para um grande número de missões, principalmente pelo medo que nutria do mundo exterior, jamais teve qualquer machucado um pouco mais profundo ou extenso. Preferia daquela forma, deixando o corpo impecável como sempre ansiou. A pele macia, os cabelos perfeitamente alinhados e a aparência intocável eram algumas das características preferidas de Anastasia sobre si. Mesmo que fossem superficiais, eram elas que faziam com que fosse facilmente identificada em meio aos campistas, garantindo alguns olhares por onde passava. Sem aquilo, não sabia o que era. Ao escutar a voz de Kitty, um turbilhão de emoções atravessou elas, como um furacão devastando o peito. Raiva, tristeza, pena... Havia tanto que sentia, ainda mais que, mesmo que inconscientemente, uma parte culpava a filha de Hades pelo estado que se encontrava. Mesmo com as poções, ela permanecia com dor, sentindo a pele repuxar nas pernas e no braço. Era humilhante pensar o quanto tinha sofrido para derrotar meras pelúcias. Os olhos levantaram-se para ela e, mesmo com todos os sentimentos que pareciam digladiar para tomar posse, havia uma certa inexpressividade e distância. Estava presa nos próprios sentimentos, no possível luto que sentiria. A esperança, aos poucos, sumia, mesmo que estivesse levemente presente nela. "Não." A palavra saiu solta, seguida de um silêncio por parte de Anastasia. Não sabia se queria falar com a semideusa, não tendo forças para resistir às sombras que salpicavam a mente da filha de Afrodite. Ela desviou o olhar para o copo de água que havia ao lado da cama, tomando um longo gole. Sequer tinha percebido que estava com sede. "Você está bem?" Não sabia ao certo se queria saber o que tinha acontecido depois que pediu para a outra ir embora.
𝐒𝐓𝐀𝐓𝐄𝐑 𝐏𝐀𝐑𝐀 @ncstya
Enfermaria.
Havia muito o que fazer e muitas pessoas a visitar, no entanto, estava evitando um pouco a enfermaria. Além de detestar o ambiente dedicado aos doentes e feridos, sentia-se um pouquinho culpada pelo que tinha acontecido com ela. E estranha. Anastasia sempre tinha sido uma figura enigmática e pouco amistosa, motivo pelo qual a relação entre ambas nunca fora grande coisa. Culpava a bebida pela quantidade de palavras trocadas e não sabia como seria depois. Poderia Nastya culpá-la por ter se machucado? Porque Kitty sabia o que tinha acontecido, estava apenas se recuperando para que pudesse visitá-la. Os olhos inchados não negavam o quanto tinha chorado e embora os hematomas fossem poucos, demonstravam sua luta. Kitty se aproximou da enfermaria e respirou fundo, entrando no ambiente e focando em Anastasia, tentando ignorar o gemido dos feridos e o cheiro de poções médicas. Ela não parecia estar em lugar algum, mas em um canto, um pouco mais afastado, identificou os inegáveis fios loiros da filha de Afrodite. O coração pareceu se apertar e diminuir no peito ao ver quão ferida estava e de repente se viu sem saber o que fazer ou dizer. "Anastasia, eu..." sinto muito? Perguntar se ela estava bem seria ridículo também. "Tem alguma coisa que eu possa fazer por você? Te ajudar de alguma forma?" Imaginava que seria de algum auxílio. Estava disposta a ajudar, fosse buscar algo no chalé de Afrodite ou oferecer alguma poção.
Um pequeno sorriso apareceu nos lábios dela com a confirmação que ele estava bem. Menos uma pessoa para se preocupar, pelo menos por enquanto. Kerim merecia um pouco de paz, talvez mais do que todos que conhecesse. Sempre sentiu que ele era uma das melhores pessoas que já tinha conhecido. "Eu entendo essa preocupação. Tenho ela também." Um suspiro pesaroso escapou dela. "Ainda mais sendo semideuses, parece que constantemente somos mais alvos da sorte do que qualquer coisa. O dia de amanhã nunca é certo." Era uma das grandes preocupações que circundavam sua cabeça nos últimos tempos. Não sofreu pela morte do outro semideus, mas foi plantada mais uma dúvida que pendia. Tinha esquecido como era temer a ida prematura dos amigos ou até mesmo de si própria. Fazia bastante tempo que sentia que aquele poderia ser o último dia. "Acho que estou precisando, para ser sincera, mas dizem que as propriedades curativas não estão funcionando mais." Quando comentou daquilo com o filho de Apolo que estava cuidando de si, o campista pareceu um pouco nervoso. Parecia saber de algo e revelou que não funcionava fazia bastante tempo. Lembrava-se de nadar no lago quando os ferimentos das espadas alheias eram um pouco mais profundos, o que fazia com que curassem ainda mais rapidamente. A água sempre estava em uma temperatura agradável e era um lugar silencioso, no final das contas. "É um bom passeio, de qualquer forma, então vamos lá. Acho que posso apreciar um pouco da paz." Mesmo que soubesse que deveria ser grata por ser tão bem cuidada, as visitas constantes de amigos e pessoas que se preocupavam com ela tinham tornado tudo mais barulhento que desejava. Mesmo sendo uma grande fã de ambientes movimentados, quando estava constantemente cansada pelo corpo estar absorvendo o impacto que tinha sofrido, a movimentação parecia um pouco excessiva. Começou a caminhar ao lado dele, lentamente devido à perna machucada. "Como você está? De verdade, agora. Não quero escutar um 'estou bem' ou 'estou indo'."
O suspirar de pesar dele foi mais rápido do que o apontar do dedo da mulher ao próprio corpo. Compreendia sua lamentação a condição que estava, afinal, por mais que estivessem cientes de que a noite poderia terminar em desastre, nenhum deles esperava que isso realmente acontecesse, ou que seriam tantos feridos, ou que perderiam alguém. Tantas variáveis que não foram imaginas por ninguém. "Fomos todos pegos de surpresa, não é?", sua fala era retórica e tinha apenas o objetivo de aliviar a situação, se é que seria possível. "Sim, sim. Eu estou bem.", replicou com um riso fraco, quase forçado, moldando-se aos lábios. "Pouco consegue me atingir ao ponto de oferecer algum dano físico.", pelo menos quando ele seguia consciente, quando desmaiava era outra situação, e tinha parte do abdômen e perna queimados para provar isso. Ainda encontraria quem mandou a Quimera atrás de si. "O que mais tem me preocupado é não saber quem foi, se estamos realmente seguros nesse lugar, ou se viramos ratos presos, esperando o experimento acabar.", a sensação era quase essa, de estar ali fazendo hora até que seu dia chegasse e fosse anunciada a necessidade da sua mortalha. Suspirou uma outra vez, o olhar ainda observava com cuidado os machucados alheios, enquanto internamente ele lamentava por cada um deles. Aparentemente não importava o quão bem treinados eles eram, aquela parcela mortal ainda os colocava em risco. "Escapou? Santo Deus.", comentou entre risos, não era a primeira a ter aquele desejo. "Então talvez seja melhor sairmos de um lugar tão exposto, não quero que venham repreendê-la por fugir, sabe? Vou acabar tendo que concordar com eles e isso pode ser péssimo para nossa relação.", completou, lançando uma piscadela divertida na direção dela, esperando que entendesse que estava a brincar. "Me acompanha até a caverna dos deuses? Pode ser bom para sua recuperação.".
FLASHBACK ANTES DA PROFECIA . Tinha sentido a dor de Remzi, mas antes jamais tinha entrado na mente dele. Ainda sentia-se levemente presa nela, quase tangível no ambiente, uma sombra escura que envolvia o espaço entre eles. Anastasia não era facilmente intimidada, no entanto, uma vez que colecionava a quantidade de mentes que havia entrado. Haviam bem piores, repletas de emoções repugnantes que tinha se arrependido de ler. Tinha passado a vida toda aprendendo a navegar pelo caos das emoções, a entender a dor como uma parte intrínseca da existência humana e, especialmente, da sua própria. Era filha de Afrodite, e o amor, assim como o sofrimento, era sua natureza. Ali, diante de Remzi, ela sentia a carga da dor dele e a aceitou como uma extensão de si mesma. Ao tocar a mente dele, foi como abrir uma porta para um mar de tormento. Havia uma mistura de emoções — uma angústia crua e pesada que se entrelaçava com mágoas antigas, mas que não sabia a origem ao certo. Cada mente funcionava de uma forma única e a do semideus era única. Talvez, se houvesse a oportunidade futuramente, tentaria compreender a origem e a complexidade alheia. Com o que não contavam atualmente, no entanto, era tempo. Cada adversidade que aparecia para eles parecia carregar cada vez mais tristeza e sofrimento. "Meu poder consegue enxergar o que os outros não mostram... Ou que se recusam a ver." Deu de ombros, não achando que fosse grande coisa. A maioria dos poderes dos amigos envolvia algo físico, como manipulação de chamas ou controle de trovões, mas o de Anastasia era muito mais interpretativo. No começo, era difícil saber o que cada sentimento era, ainda mais devido à natureza complexa dos semideuses. Mesmo a felicidade parecia carregada de certo trauma e medo de um futuro incerto. Uma risada escapou dela suavemente, sabendo que o outro estava certo em ter dúvidas. Mesmo que pedisse frequentemente sabedoria para Atena, sabia que tinham que pensar em cada detalhe, ainda mais levando em consideração uma missão que poderia facilmente se tornar desastrosa. "Talvez eu tenha que pensar em um detalhe ou outro mais cuidadosamente." A confissão saiu até de forma humorada, sabendo que o outro poderia ajudá-la a pensar naquilo com mais precisão. O beijo em sua palma fez com que o corpo esquentasse levemente, mas tentou não pensar muito naquilo. Mesmo quando a cabeça estava cheia de preocupações, Remzi sabia como desconcertá-la suavemente, impedindo que se afundasse em planos infundados. Um suspiro escapou pelos lábios dela, marcada pela respiração que sequer percebeu que estava segurando. "Você nunca será um peso morto para mim." As palavras saíram de maneira firme, seus olhos se estreitando levemente enquanto ela fixava o olhar no dele. "Talvez os deuses ajam de alguma forma... Ou, talvez, o destino mesmo agirá. Tenho certeza que Quíron enviará alguém atrás dos semideuses que caíram." Pelo menos, era o que esperava. Não manteriam os semideuses nos domínios de Hades por muito tempo, principalmente pela quantidade de monstros que haviam lá. Deixá-los seria uma sentença de morte e, por mais defeitos que Dionísio e Quíron tivessem, acreditava que não eram cruéis o suficiente. "Eu só não quero perder alguém de novo." A morte de Brooklyn tinha afetado diretamente ela. Ele era o líder do clube de teatro que Anastasia tinha ingressado e, mesmo que não fossem tão próximos, gostava dele. A personalidade era única e sempre parecia animado para os ensaios. Desde que ele se fora, as coisas não tinham sido as mesmas.
antes da profecia de Rachel Elizabeth Dare
Dor é uma emoção. Ele não costumava pensar a respeito disso. Para ele, dor era dor. Física, geralmente. Algo que podia tratar com néctar e ambrosia. No resto do tempo, bastaria não pensar a respeito do que lhe perturbava. Mas ali, com Nastya diante dele, o encarando com estranhamento, ele soube que permitiria que ela revirasse sua mente para arrancar tudo o que estava lhe fazendo mal, por mais covarde ou fraco que pudesse parecer com isso. Em outros tempos, ele jamais permitiria que alguém o violasse daquela maneira. Porém, já não era o mesmo Remzi, e não sabia se fazia tanta questão assim de esconder suas facetas da filha de Afrodite. Acompanhou as mudanças em seu rosto, como se a outra entrasse num transe. Era impossível saber o que ela estava vendo em sua mente; se estava experimentando a mesma dor que ele; se ficaria desesperada por sair daquele lugar escuro e miserável. Antes que a Lee esboçasse reação, o Bakirci sentiu o amortecimento que acompanhava o relaxamento, como se uma porta tivesse sido fechada em sua mente, bloqueando a torrente de sentimentos destrutivos que o alimentavam até então. Ainda provava da mágoa, mas ela se tornara infinitamente mais suportável. Ele segurou o pulso de Nastya para que ela não se afastasse, como se estivesse viciado na sensação e não quisesse que ela o deixasse nunca mais. Então era por isso que as pessoas ficavam viciadas em Morfina? Em contrapartida, a filha de Afrodite não parecia perturbada, assustada ou revoltada com o que tinha acabado de ver, o que era um bom sinal. Um sinal de que ela não sairia correndo. Na realidade, quando falou com ele de novo, estava sorrindo com presunção. ‘ Como foi que fez isso? ’ disse, quase consternado. Tinha ouvido falar a respeito dos poderes da semideusa, porém, estaria mentindo se dissesse que esperava que fosse tão habilidosa. Ele sabia do potencial físico de Anastaria, contudo, acompanhar de perto suas habilidades psíquicas era algo que ainda não tinha feito. ‘ Um plano executável? ’ insistiu, elevando uma das sobrancelhas. Agora que a emoção mais pesada havia sido retirada, era capaz de cogitar a ideia como alguém que estava pronto para colocá-la em prática. Algo próximo de animação talvez fosse o que estava experimentando; algo que costumava sentir antes, com frequência, sempre que saía a campo. Parte disso também se devia ao fato de Nastya passar a ele uma confiança que não sentia, como se ele fosse, de fato, o que ela acabava de colocar em palavras. Remzi se perguntou se ela ainda não estava usando os poderes nele, plantando a ideia como se ela tivesse partido dele, enquanto mantinha uma mão pressionada em seu rosto e aqueles olhos amendoados fixos nele. Ela sabia, também, que ele ignoraria, se necessário, as regras impostas pela liderança do acampamento para sair em missão extraoficial. ‘ Eu faria isso por você. Mesmo que Melis não estivesse lá ’ confidenciou, beijando a palma da semideusa ao trazer rapidamente sua mão para junto da boca, afastando-a de seu rosto depois disso. Tinha mais motivos para ir do que para não ir, mas se fosse, queria poder pensar por si mesmo. ‘ Só não quero ser um peso morto para você ’ a parceria de outrora, a capacidade técnica que expunham em treino e em missões, juntos, Rem já não sabia se seria a mesma. Não só frustraria a Lee, como frustraria a si mesmo. ' E não sei se eles conseguem esperar muito mais tempo ' o tempo passava de maneira diversa nos domínios de Hades, contudo, quantos dias poderia um semideus aguentar sem estar morto?
ʚ com @arktoib .
ʚ flashback em verão de 2022 .
Estava com Antonia, distraídas, conversando e aproveitando o dia de verão no acampamento, quando o tempo começou a mudar. De repente, nuvens escuras se formaram no céu, e um vento frio trouxe consigo o cheiro de chuva. Antes que pudessem perceber, as primeiras gotas começaram a cair, pingando pesadas e rápidas, sinalizando que uma tempestade estava se aproximando. O que era um dia ensolarado virou um caos de vento e água. Sem pensar duas vezes, Anastasia agarrou o braço de Antonia e puxou-a para correr em direção ao lugar protegido mais próximo. Começou a rir conforme corria, a adrenalina do momento impulsionando para que continuassem até encontrarem um lugar seguro o bastante, não desejando desafiar Zeus e seus raios. Os pés afundavam na terra, que rapidamente se transformava em lama. Ao chegarem sob um toldo abandonado, ofegante e encharcada, olhou para a semideusa. O que não esperava, no entanto, era ser afetada por uma cena que poderia passar horas e horas descrevendo. O cabelo molhado da filha de Atena, grudando no rosto, as roupas, encharcadas e coladas... Com certeza, não era uma cena que pretendia esquecer tão fácil, principalmente pelo calor que espalhava no corpo dela com aquele simples olhar. O coração bateu acelerado contra o peito, pensando se um dia tinha visto algo tão bonito assim. Poderia passar horas admirando cada singularidade. Permitiu aproximar-se lentamente, tirando uma mecha de cabelo molhada do rosto dela. "Se eu soubesse que íamos acabar assim, teria pedido por essa chuva mais cedo." A voz era repleta de brincadeira e flerte, um sorriso presente. "Será que vai demorar para passar?"
"Ah, sim... O famoso questionário. Achei que não teria que responder e que eu era especial." Uma risada descontraída escapou de Anastasia. "Bem, adoro realizar esse tipo de coisa, mesmo que, no final, não vai sair com qual semideus colírio eu combinaria. Quando tinha meus treze anos, era obcecada por ler isso em revistas."
Você consegue conferir a TASK 01 aqui.