Eu mal sabia que minha última tentativa, antes de, por fim desistir, por concluir tamanha estupidez e ridicularidade, esta minhas mesmas palavras o fariam ver-me como uma farsa, tal qual nunca fui, não com você. O único.
Seria possível? Isto fazia de mim uma tola? Por fantasiar tantas coisas, todas elas onde você se encontraria ao meu lado, independente do que quer que estivesse fazendo. Inicialmente cogitei ser egoísmo, mas depois me aliviei da ideia de que se o fosse, pagaria qualquer preço para que eu obtivesse nem que fosse o mínimo, o mínimo sorriso, o mínimo oi, o mínimo vislumbre de andar e olhar, o mínimo de existência que eu pudesse presenciar de você que me mantinha assim, viva e tão certa de que eu respirava para contemplar outra força da natureza qual sobrepunha a minha própria. Engraçado pensar que, bem antes mesmo de declarar inverdades sobre mim, eu mesma já havia cedido sem o conhecimento de que isso fosse possível. — b.m
I hate feeling like this… É um começo de dia, um começo de dia sem você, mais um, só mais um, aonde o tempo parece arrastar-se em meio as minhas tarefas matinais, que hoje são feitas no meu modo automático. É como se todos os dias fossem os mesmos; vivo em meu pesadelo pessoal, repetindo o mesmo dia diversas vezes; é o que me perturbar, mais e mais. A cada olhar que lanço para a casa vazia, a cada vento que me beija o rosto fazendo-me arrepiar, ouvindo debulhar-se em minha mente sussurros de suas palavras declarando finalmente estar aliviado por não manter-se preso a mim, não mais, e ainda conseguir fingir que se importa. Mas tudo bem, eu sei que não se importa mais, e não deveria, pois eu vou ficar bem, você sabe que irei superar essa, só mais essa. Talvez seja por isso que mesmo sem querer você age assim, porque sabe que eu sempre supero. Que sou forte o bastante para engolir as lagrimas, enquanto sinto meu coração parar de bater. Mas se eu pudesse, eu lhe sorriria com os olhos cheios de lágrimas, mescladas em felicidade, mágoas, boas lembranças e más, do quanto eu sinto muito. Sim, eu sinto. Sinto por te amar como o amo, sinto por ter deixá-lo me machucar como me machucou, sinto pelas idas e vindas de muitos erros e de muitos acertos, sinto por machucá-lo também, claro que sinto. Sinto pelos ótimos momentos, pelos beijos, pelas caricias, pelas palavras de conforto, pelas palavras de carinho, pelas lágrimas de felicidade, Oh, como sinto, Mas sinto ainda mais por sentir raiva de você, hoje. Consome-me até as entranhas, sufoca-me, enlouquece-me. Tento gritar, mas já não tenho forças pra isso mais, então só respiro e vou vindo com o nó na garganta e com o peito a sangrar, dia após dias. Se você pudesse, se pudesse se sentir como eu, sentir muito como eu sinto. Mas certo, eu irei mesmo ficar bem, mesmo que tenha que tornar-me um robô melhor. Eu vou continuar sentindo, mas dessa vez, sem você.
─ b.m
um impulso quase febril de moldar perguntas toda vez que me atrevo a tocar tuas palavras. É que, sem jamais ter te dito — talvez por vergonha, talvez por medo de parecer tola — carrego a esperança clandestina de que cada frase me guarde em segredo, de que cada texto teu seja um sussurro disfarçado com o meu nome. Nunca tive coragem de admitir, mas meu peito se rasga em ciúmes viscerais, ferozes, doentios, egoístas, só de imaginar tuas mãos escrevendo para outra. Esse segundo que não me pertence — esse tempo que não é meu — me corrói com a fome de um amor que ainda não se nomeia.
Fala comigo, amor.
Deixe um recado.
Deixe uma pista, ainda que cifrada, em alguma canção de sentidos ocultos-desocultados, dessas que dizem tudo sem precisar dizer. Ou será preciso outra noite tua? Daquelas em que a bebida te desnuda, se torna coragem e você me busca como quem se perde e eu aproveito as migalhas sinceras do teu delírio?
Maldição.
Então escreve.
Porra, escreve outro texto, se quiser. Mas responda.
Responda aos outdoors espalhados pelas avenidas da cidade inteira: Quem é sua menina?
— b.m
Perdoe-me, padre, pois eu pequei. Pequei ao conhecer o diabo e chamar por ele. Eu o vi, padre, olhei em seus olhos, deixe-me ser encantada por ele. Eu desejei por ele e intimamente, passei a querer que ele me desejasse também. Perdoe-me, padre, por ignorar o chamado divino, ajoelhar-me como uma santa e orar por graças, enquanto sentia-me ser abençoada pelo espírito e, ao invés disso, eu toquei-me com sofreguidão nas noites solitárias pensando em como ele me pegaria forte por trás e sussurraria as depravações que faria comigo durante as luas cheias, roubando-me a pureza, maculando-me a fé e fazendo de mim uma profana. Eu tentei, padre, manter-me casta aos olhos do pai, mas aquele cujo a intensidade no olhar que devoravam-me todas as vezes que via-me em um corredor ou outro, foi demais para mim, que nada sei, além de querê-lo dentro de mim, preenchendo-me impiedosamente, como uma vagabunda. Perdoe-me padre, por dar ouvidos ao diabo que sorria sedutoramente enquanto chamava-me de coelhinha. Coelhinha, padre, porque para ele, eu era a maldita presa, deleitando-me nas inverdades que ele segredava á mim quando acusava-me de ser ardilosa; a serpente do Éden, criando em mim a falsa sensação de ser perigosa, quando na verdade Eva era minha verdadeira face. Mas eu enganei-me, padre, enganei-me para me sustentar em uma crença que já não mais existia, e para entender que, eu acabara de me despir imoralmente libidinosa e dançar devassamente ao altar do Diabo, enquanto entregava a ele minh'alma.
— b.m
If you ever wanna fall in love If you ever wanna bet on us If you ever wanna be my one I'll be waiting
If you ever want one more night If you ever wanna make things right If you ever wanna change your mind I'll be waiting!
Respiro fundo e te beijo. Te beijo porque tu mereces ser beijado por todos os dias da tua vida. Te beijo e te cuido, porque tu me cuidas também, e porque me dediquei a cuidar-te desde o dia em que te amei. Acaricio teu rosto, te beijo outra vez nos olhos, na tua testa e me aplico em sentir o cheiro que se esconde debaixo dos teus cabelos. Toco o fim das tuas costas e noto toda a tua pele. Que bom é o aroma do ar que sai dos teus pulmões. Que suave é a tua mão que passeia pelas minhas costas e que só faz me trazer para mais perto de ti. Que sonho é tocar meus lábios nos teus e saber que sou tua, e que você me valoriza. Que satisfatório olhar para trás e ver a estrada que percorremos até aqui. Casa comigo agora mesmo, a cada minuto das nossas vidas, casa comigo, porque ando desesperada de tanto amor guardado dentro desse peito tão débil. Abraça meu corpo e me diz que o lado esquerdo do teu peito é só para mim. És minha segurança, o tesouro que guardo, minha vontade de permanecer aqui, viva e forte, construindo um caminho bonito para desenhar pegadas de mim e de ti, até que seja da estrada que ninguém tem a certeza se é fim.
Oh, you fill my head with pieces of a song I can't get out!
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