Sublimeheresia - Shall I Write It In A Letter?

sublimeheresia - Shall I write it in a letter?

More Posts from Sublimeheresia and Others

1 year ago

"O indivíduo bem equilibrado é insano"

1 year ago

I hate feeling like this… É um começo de dia, um começo de dia sem você, mais um, só mais um, aonde o tempo parece arrastar-se em meio as minhas tarefas matinais, que hoje são feitas no meu modo automático. É como se todos os dias fossem os mesmos; vivo em meu pesadelo pessoal, repetindo o mesmo dia diversas vezes; é o que me perturbar, mais e mais. A cada olhar que lanço para a casa vazia, a cada vento que me beija o rosto fazendo-me arrepiar, ouvindo debulhar-se em minha mente sussurros de suas palavras declarando finalmente estar aliviado por não manter-se preso a mim, não mais, e ainda conseguir fingir que se importa. Mas tudo bem, eu sei que não se importa mais, e não deveria, pois eu vou ficar bem, você sabe que irei superar essa, só mais essa. Talvez seja por isso que mesmo sem querer você age assim, porque sabe que eu sempre supero. Que sou forte o bastante para engolir as lagrimas, enquanto sinto meu coração parar de bater. Mas se eu pudesse, eu lhe sorriria com os olhos cheios de lágrimas, mescladas em felicidade, mágoas, boas lembranças e más, do quanto eu sinto muito. Sim, eu sinto. Sinto por te amar como o amo, sinto por ter deixá-lo me machucar como me machucou, sinto pelas idas e vindas de muitos erros e de muitos acertos, sinto por machucá-lo também, claro que sinto. Sinto pelos ótimos momentos, pelos beijos, pelas caricias, pelas palavras de conforto, pelas palavras de carinho, pelas lágrimas de felicidade, Oh, como sinto, Mas sinto ainda mais por sentir raiva de você, hoje. Consome-me até as entranhas, sufoca-me, enlouquece-me. Tento gritar, mas já não tenho forças pra isso mais, então só respiro e vou vindo com o nó na garganta e com o peito a sangrar, dia após dias. Se você pudesse, se pudesse se sentir como eu, sentir muito como eu sinto. Mas certo, eu irei mesmo ficar bem, mesmo que tenha que tornar-me um robô melhor. Eu vou continuar sentindo, mas dessa vez, sem você.

─ b.m


Tags
8 months ago

Prefiro bacon!

Ela está vestindo aquela camiseta desbotada que tanto gosto. Sempre que me abre a porta do seu apartamento, penso que não tomarei nenhuma surpresa, mas pra ser sincero, me surpreendo todas as vezes. Disfarço a cara de homem bobo e adentro. O cheiro da pele dela me invade como se eu estivesse inspirando uma xícara de chá de camomila. Gosto de observá-la andar na frente, guiando-me para seu quarto na ponta dos pés. Eu a tomo por trás e ofego em seu pescoço. Ela se desmancha numa gargalhada sem fim. Sabe quando você espera o dia inteiro para contemplar aquele sorriso? Se ela bem soubesse, jamais parava de rir. Ela caminha para a janela enquanto prende o cabelo em formato de coque, e o deslizar dos finos dedos pela nuca e, depois, ombros, me faz ensejar conter os mesmos com os meus. Quanto pano pruma camiseta só, não me lembro de quando aprendi a ser tão paciente. Contudo, aprecio a preliminar das preliminares que é vê-la zanzar pelo quarto enquanto me conta sobre seu dia. As vezes me pergunto porque temos tão pouco tempo juntos quando, na verdade, eu poderia tê-la mais. Se ela soubesse que eu gosto dela tanto quanto ela mesma adora bacon… Não é sensato medir o afeto que sentimos por alguém. Sejamos amplos pra gostar sem medidas. E quando se trata dela, bem, o meu copo está sempre meio cheio. Ela olha para trás, eu não desvio. Ela sorri de canto, eu sorrio. Ela se aproxima como um gato à espreita e sussurra baixinho: “Está com fome? Fiz um rango com bastante bacon e fritas. Tá uma delícia!” Bacon não!!! Maldita dieta de academia. Ela então consegue fisgar uma fagulha de pensamentos meus enquanto pressiono os lábios. “Mas posso preparar outra coisa, se preferir”, ela acrescenta, e meus dentes saltam num riso frouxo. Não pelo alívio de então saber que a refeição saudável da quinta-feira a noite está garantida, mas porque a acho linda tirando do bolso uma solução. Desato os braços, preparo o abraço e ela se encaixa como luva em mim. Ela me olha nos olhos, acaricia meu nariz e com um beijo me ganha pela milionésima vez, pois todas as vezes minha resposta é a mesma. E logo hoje, que ela está perfeita vestindo a minha camiseta desbotada favorita… “Que nada, minha linda. Prefiro bacon!”

2 months ago

“Não disse que não é amor, definitivamente é, mas eu sei que é efêmero e que o tempo há de mudá-lo como o inverno muda as árvores, e mesmo que eu te amasse com todas as forças do meu corpo nem em cem anos poderia te amar tanto quanto te amei em um único dia. Talvez daqui 100 anos eu ame ainda mais, tanto, que tu já tenha se espalhado de tal forma, sendo impossível de tirar daqui do meu eu mais secreto e íntimo não como um prazer, porque eu não sou um para mim mesma, mas como o meu próprio ser existindo na sombra da tua existência, sendo apenas a metade e não meu todo. Onde não há você, não existe eu, só vazio.”

6 months ago

obrigado por deixar eu me apaixonar por você, sei que não fez por querer, mas fez, e o que conta é o corpo indo dormir querendo saber das músicas que você anda ouvindo, e tá tudo bem, pois um novo nome nos pensamentos tem feito os dias mais leves, me deixando ver formas de animais em nuvens que até outro dia eram apenas nuvens, mesmo que a paixão seja coisa minha. aliás, acho ótimo que seja somente minha, ela faz um par perfeito com a solidão, é lindo o encontro, as duas passam a noite brincando de fazer poesia. e todas, absolutamente todas, são para você. 

1 year ago

O amor, esse sufoco, Agora há pouco era muito, Agora, apenas um sopro. Ah, troço de louco, Corações trocando rosas, E socos. Paulo Leminski

3 months ago

Querido diário…

Não, não, muito cafona, apesar de sempre ter tido certa habilidade para breguices…

Nunca soube direito como se inicia um diário. Menos ainda como se começa com aquele clichê de “querido diário” — soa como se eu escrevesse para alguém, quando na verdade escrevo para mim mesma, sobre ele, é claro. Deixe-me tentar outra vez.

Querida eu, que insiste em complicar o simples…

Deixei de ser a menina dos olhos dele. Ele não disse com palavras, mas sempre tive esse talento questionável de ler silêncios e preencher as entrelinhas — um hábito cultivado que, supostamente, deveria nos proteger de corações partidos. Engraçado, não tem funcionado muito bem, confesso. Eu sei. Talvez ele também saiba. A verdade é que nosso amor se amansou. Virou aquela calmaria confortável, como a brisa fresca das manhãs que se alongam preguiçosas, com o cheiro do café recém-passado e o silêncio doce de quem aprendeu a gostar do tédio da solitude. Nosso amor, querida eu, tornou-se isso há tempos. E eu ainda teimo em chamar de amor, pois é o que sinto. Quanto a ele… talvez reste um carinho morno, uma consideração educada por tudo o que vivemos. Às vezes até, ouso pensar que o que sobra é só conveniência, talvez comodismo. Por que é isso que as pessoas fazem, não é? Voltam ao que conhecem quando a vida se torna vazia demais… ou insuportavelmente cheia. Extremos. Sou o ponto de conforto dele. E nós duas sempre achamos isso bonito, não é? Sei que você está aí, sorrindo de canto, se deliciando com a ironia, achando graça dessa nossa mania de ver poesia na melancolia. Para alguns, ser o lugar seguro de alguém pode parecer desolador, como se você deixasse de ser alguém e se tornasse apenas uma função, mas não para nós. Existe algo genuíno e poderoso em ser o que quer que ele precise. (Querida eu safada, por favor, não malicie essa maldita frase). E assim seguimos…

Pensei em escrever para Chico e Zé, perguntar o que diriam sobre esse amor tão plácido, tão… contido, para que me ajudassem a colocar em ordem essa serenidade de amar o que já não queima, mas, no fundo, sei que só estou escrevendo para mim, o que futuramente entenderei como uma carta de rememoração sobre o sentimento do que foi, o que ficou, o que mudou — e, talvez, exorcizar esse tolo medo do que ainda pode ser, enquanto peço baixinho, feito prece sussurrada para um santo que não sei o nome, que de algum jeito, nós nunca deixemos de ser a menina daqueles lindos olhos — os mais belos olhos que já vi: os dele.

— b.m


Tags
sublimeheresia - Shall I write it in a letter?
Shall I write it in a letter?

Oh, you fill my head with pieces of a song I can't get out!

76 posts

Explore Tumblr Blog
Search Through Tumblr Tags